Mais de 25% da Terra ficará mais seca mesmo se aquecimento global for limitado a 2ºC
Com o aquecimento de 2ºC, que pode ser atingido entre 2052 e 2070, entre 24% e 32% da superfície terrestre total se tornará mais seca.
Mais de um quarto da superfície terrestre da Terra se tornará "significativamente" mais seca mesmo se a humanidade conseguir limitar o aquecimento global a 2ºC, o objetivo estabelecido no Acordo de Paris, disseram cientistas nesta segunda-feira, primeiro dia do ano de 2018.
Mas a contenção do aquecimento médio a 1,5ºC, a meta mais baixa inscrita como ideal no Acordo de Paris sobre o clima, esta porção diminui para entre 8% e 10%, concluíram os pesquisadores em um estudo publicado na revista científica Nature Climate Change.
A 1,5ºC, partes do sul da Europa, sul África, América Central, Austrália costeira e Sudeste Asiático - áreas que abrigam mais de um quinto da humanidade - "evitariam aridificações significativas" previstas para o cenário de 2ºC, afirmou o coautor do estudo Su-Jong Jeong, da Southern University of Science and Technology em Shenzhen, China.
"Conquistar 1,5º C seria uma ação significativa para reduzir a probabilidade de aridificação e impactos relacionados", disse à AFP.
Su-Jong Jeong e uma equipe usaram projeções de vários modelos climáticos, sob diferentes cenários de aquecimento, para prever padrões de seca terrestre.
A aridificação é uma ameaça importante, acelerando a degradação da terra e a desertificação, e a perda de plantas e árvores cruciais para a absorção do gás do efeito estufa dióxido de carbono.
Também intensifica as secas e incêndios florestais, e afeta a qualidade da água para cultivar e beber.
Vice-presidente de painel do clima da ONU fala sobre política para o clima.
O IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática), o grupo de 3.000 cientistas que a ONU criou para avaliar o problema do aquecimento global, deverá entregar em 2018 um relatório especial. Ainda não se sabe o conteúdo desse documento, porém, terá a mensagem otimista que todos querem ouvir.
A afirmação foi feita pela brasileira Thelma Krug, pesquisadora do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e vice-presidente do IPCC. A pesquisadora é também a nova diretora de Políticas para o Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente. Veja acima entrevista em vídeo com a cientista.
A missão do novo trabalho do painel será dizer se é possível conter o aquecimento global a um acréscimo de no máximo 1,5°C na temperatura do planeta. Esse é um dos objetivos sugeridos pelo Acordo de Paris, firmado no ano passado.
Para Thelma, porém essa será uma missão difícil. (Veja a entrevista no G1 da Globo)
“O esforço de mitigação que precisa ser feito é muito grande”, disse Thelma ao G1. “Mesmo para 2°C já vai ser difícil, porque se fala em cenários de redução muito grande, principalmente das emissões [de combustíveis] fósseis. ”
Para conter o aquecimento do planeta a um acréscimo de 2°C, o IPCC estima que será necessária uma redução de 40% a 70% das emissões entre 2040 e 2070.
“Se você estiver falando em 1,5°C você está falando de 90% de redução, num espaço de tempo mais curto, então você já olha para isso, vendo que vai ser um desafio dos maiores que a humanidade já teria passado. ”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.